O Comitê da Bacia Hidrográfica dos Sertões de Crateús reuniu-se de forma virtual para discutir o processo de alocação do Açude Realejo, localizado no leito do riacho Carrapateiras, no município de Crateús. Após avaliar os possíveis cenários de alocação, os membros aprovaram as respectivas vazões: 172 l/s para o mês de agosto; 239 l/s para setembro; 170 l/s para outubro; e 30 l/s para os meses de novembro, dezembro e janeiro.
De acordo com as informações apresentadas pelo Coordenador do Núcleo de Operação da Cogerh de Crateús, Helder Lucena, o Açude Realejo é utilizado principalmente por vazanteiros – aqueles que praticam uma agricultura associada aos ciclos do açude – e pelos pescadores da região. Recentemente, o reservatório também supriu a demanda de irrigação voltada à produção de sementes de milho e feijão.
Esse novo uso, conforme explicou Helder, é classificado como consuntivo, pois, de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), é aquele que retira água do manancial para sua destinação, como é o caso da irrigação, da utilização pela indústria e do abastecimento humano. Em decorrência desse novo uso do reservatório, a Cogerh visitou o local no último dia 25 de junho.
Em sua apresentação, Helder também forneceu dados sobre a atual situação do Açude Realejo, que até o dia 12 de julho apresentava um volume de 10.657.000 m³, representando 33,7% da sua capacidade total, com uma cota de 321,80m. Considerando isso, o reservatório chegará em janeiro de 2022 com o volume de 4.678.000 m³ e a cota de 319,16m, sendo que 4.117.000 m³ serão perdidos para evaporação. Em conclusão, Helder informou que o reservatório atingirá o seu volume morto em julho de 2023.
O encontro reuniu 20 instituições do colegiado – o que representa 66,67% do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Sertões de Crateús – e 21 membros entre titulares e suplentes. Estiveram presentes os convidados Bruno Rebouças, da Diretoria de Operações da Cogerh; Mateus Perdição, da Gerência de Recursos Hídricos (GERHI); Beckman e Beckman Filho, representantes da empresa Beckman Sementes; Erildo Pontes, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet); Cícero, da Associação dos Moradores de Realejo; e Cleidiana e Adailson Pereira, da Associação de Pescadores de Realejo.